A algum tempo, encontrei em minhas pesquisas, duas frases sobre o advogado e o exercício da advocacia, que me chamaram a atenção, uma delas assinada pelo Pastor Everardo Alves, com o seguinte conteúdo: “Ao homem é comum ser advogado dos seus próprios erros e juiz dos erros dos outros”, e outra desconhecido o autor, mais que de forma hilária, assinala: “Fiz tão bem o meu curso de Direito que, no dia que me formei, processei a Faculdade, ganhei a causa e recuperei todas as mensalidades que havia pago”.
A minha atenção então, voltou-se para examinar o tema “SER ADVOGADO”, e busquei entender de que forma, podemos compreender o alcance do tema, e encontrei definições extraordinárias, que tornaram possível, algumas considerações:
Ser advogado, é aquele, que espelha, com toda a certeza, a nossa digna profissão, sempre pautando sua vida profissional, no trabalho, na honestidade, na justiça e na defesa da classe. Advogado magnâmico, impoluto, que todos aprendemos e estamos habituados a admirar, que teve e tem uma trajetória firme, um caminho reto, norteado pela probidade. Advogado de coração, abnegado pelo direito, que é um exemplo a ser seguido por cada um de nós. Homem de trabalho, que tanto fez e faz, não somente pela advocacia, mais também pela sociedade.
Ser advogado, no conceito de um nobre e conceituado advogado, Dr. Djalma Lacerda, “é insistir, insistir, insistir, insistir sempre, todos os dias, durante toda uma vida. É o que tenho feito durante trinta anos, e o que têm feito alguns com menos e outros com mais tempo de militância. Continuamos insistindo, e continuaremos insistindo. Quando formos embora, outros estarão no nosso lugar, insistindo!”.
Ser advogado, é ter criatividade. Criatividade para buscar a solução para o problema do cliente, que nem sempre é através de ação judicial, bastando, muitas vezes, uma boa conversa.
Ser advogado, é saber ouvir. Ouvir não somente os mais velhos, mas também os mais novos, bem como o cliente, o adversário, o juiz e todos aqueles que trabalham com o Direito, para assim adquirir experiência e confrontar ideias, defendendo melhor os interesses do cliente.
Ser advogado, é gostar de ler. Ler, ler muito para convencer, ler pelo menos uma hora por dia. Leia de tudo, não apenas textos jurídicos. Amplie o seu conhecimento sobre o mundo, amplie sua cultura geral, conheça mais sobre os negócios dos seus clientes. Leia no trânsito (se não estiver dirigindo, claro), no avião, na sala de espera do médico. Leia sobre assuntos que sejam inspiradores.
Ser advogado, e compreender que seu sucesso depende de suas escolhas. Isso não tem nada a ver com as circunstâncias em que você se encontra, mas com relação aos "nãos" que você diz ao longo da vida. Escolha bem o seu sócio, os seus advogados associados, os seus estagiários, a sua secretária, a área do Direito em que você vai atuar, os seus investimentos, o perfil dos seus clientes. E lembre-se: existem escolhas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. É preciso ter coragem para tomar os melhores caminhos.
Ser advogado, é falar com as pessoas. Separe um tempo, todos os dias, para ligar para 4 pessoas (clientes, colegas, parceiros, amigos, etc.). Isso significa 20 pessoas por semana, 1.000 pessoas no ano. Não importa a razão do seu contato, ligue apenas para perguntar se estão bem, se os negócios vão bem, se a família vai bem. Sabiamente, já diziam os mais antigos: "quem não é visto, não é lembrado".
Ser advogado, é construir sua reputação, e se alguém perguntar sobre você para algum de seus clientes, o que ele falaria? Será que na sua frente ele diria uma coisa, e na sua ausência outra? Ser ético é um hábito; ser honesto é um hábito; ser sincero é um hábito; ser justo é um hábito. Se nos acostumamos a agir sabendo que qualquer deslize pode por fim a uma reputação ilibada, seguramente trataremos de construir a nossa com muito cuidado e zelo.
Ser advogado, é aprender. Todos os dias, antes de dormir, pergunte a si mesmo: "o que eu aprendi hoje?". Experimente aprender algo novo todos os dias. Quanto mais você sabe, mais você será capaz de aplicar seus conhecimentos no seu dia-a-dia. Aprenda uma nova função do seu editor de texto, aprenda uma nova língua, aprenda a tocar um instrumento, aprenda uma forma nova de gerênciar seu escritório.
Ser advogado, é ensinar. Use todo o seu conhecimento, armazenado e construído por anos a fio para transformar as vidas dos profissionais que o cercam. Compartilhe com a sua equipe a sua visão sobre a advocacia, sobre aquela tese de Direito Tributário que você tanto estudou, sobre como se preparar para uma sustentação oral, sobre como tratar o cliente.
Ser advogado, é muito mais que ser um Bacharel em direito. Está além de ser um advogado reconhecido, ou administrador de um grande escritório. Muito além de mestre ou jurista. Ser advogado é algo da alma, não apenas do intelecto.
Ser advogado, é ter paciência. Paciência para solucionar os conflitos e alcançar a paz; é buscar a paz social, pacificando os conflitos de interesse. Paz sem a qual a sociedade não sobrevive, fim último da Justiça e do Direito, que buscam a convivência harmônica e pacífica dos homens; é lutar por um ideal. Ideal de Justiça e paz, porquanto a paz é o desiderato último do Direito e da própria Justiça.
Ser advogado, é ter perseverança. Perseverança para não desistir quando encontrar obstáculos, que são muitos.
Ser advogado, é sentir paixão pelas causas que defende. É desejar a solução de uma causa de alguém de forma tão intensa, que nos leve à atitude solidária de repartir com o cliente, imediatamente, sempre as boas-novas processuais.
Ser advogado, é alegrar-se com a alegria daquele que conquista um direito; daquele que gradua-se na faculdade como mais novo advogado; daquele que recebe a escritura da casa própria, ou sua carta de adjudicação, ou recebe de volta a sua posse perdida ou violada; ou daquele que recebeu alta no hospital, depois da conquista de uma liminar, que foi decisiva para salvar a sua vida.
Mas ser advogado, também é chorar. Chorar pela ingratidão dos homens. Chorar porque muitas vezes aqueles a quem tanto se ajudou são os primeiros a perseguirem-nos, a esfaquearem-nos pelas costas, a criticarem-nos, a levantarem falso testemunho contra nós. É chorar com os que choram, unindo-nos ao enlutado que perdeu um ente querido, é dar o ombro para o entristecido pela perda de um casamento, é ser a companhia do solitário no momento em que ele nos procura sem causa, é ouvir a mesma história uma porção de vezes por parte do cliente. Chorar com o pai de um drogado, com a mãe da prostituta, com a família do traficante, e com sensatez, sempre com postura ética, buscar imediata solução que o caso reclama.
Ser advogado, é crer quando todos descreem, porque há segurança na lei, na jurisprudência, na doutrina, nos costumes, e nos princípios gerais do direito. É saber esperar com confiança, saber transmitir otimismo e força de vontade. É fazer de seu escritório um farol gigantesco, sob cuja luz o povo caminha sempre em frente, em direção a solução que o Poder Judiciário sempre terá para seu caso. É ver o lado bom da questão, é vislumbrar uma saída quando todos imaginarem que é o fim do túnel.
Ser advogado, é viver o Direito. Viver o Direito e para o Direito, sempre imbuído do espírito de Justiça, sem esquecer que a Justiça é feita pelos homens, seres falíveis.
Ser advogado, é trabalhar muito. Trabalho duro, a qualquer hora, mas muito honroso para quem o faz com dedicação e honestidade.
Ser advogado, é viver a luta pelos direitos do cliente. Luta para defender os direitos do cliente, sem descurar da ética e da moral.
Ser advogado, é ser humilde. Humilde para reconhecer seus erros, bem como para aceitar e compreender os entendimentos contrários.
Ser advogado, é ser destemido. Destemido para defender os interesses do cliente, enfrentando, com respeito e acatamento, os adversários e as decisões adversas, lutando sempre para vencer, como se fosse a sua última demanda.
Ser advogado, é ter coragem. Coragem para enfrentar as dificuldades e os problemas do dia-a-dia.
Ser advogado, é saber sofrer derrotas. Derrotas que fazem parte da advocacia, que devem ser aceitas com naturalidade, sem, contudo, se acovardar ou desistir, pois aceitar a derrota não significa ser derrotado, mas sim respeitar o que não lhe é favorável, buscando, dentro dos procedimentos legais, reverter à situação, quando possível, e, sobretudo, fazer da derrota verdadeiro aprendizado.
Ser advogado, é ser sincero. Sincero para dizer ao cliente que a causa é difícil, explicando de forma clara os riscos da demanda, não causando falsas expectativas naqueles que lhe confiaram a causa.
E ser advogado, para finalizar, lembrando do saudoso Rui Barbosa, é lembrar aos fracos que não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.
"A retidão era a minha roupa; a justiça era o meu manto e o meu turbante." Jó 29.14
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